terça-feira, 17 de maio de 2011

Eu sou...

Eu sou – MT2G

Eu sou o brinquedo que brincou, sou as gírias que usava. Sou os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou sua praia preferida. Sou o renascido depois do acidente que escapou. Sou aquele amor atordoado que viveu.
Sou o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa de sensibilidade ao gritar, o carinho que permuta, sou as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, sou o orgasmo, a gargalhada, o beijo, sou um corpo a se desnudar.
Sou a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, o desprezo pelo os que mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, aquele que rema, que cansado não desiste, a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, sou tudo que se pode queimar.
Sou aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta os direitos que tem, os deveres que se obriga, a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca e pleiteia.
Só não sou o que come e o que veste. Sou o que requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Sou o que ninguém vê.

Adaptação do texto “Você é” de Martha Madeiros

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